Foto Reprodução(Fernando Ribeiro |
Trinta e seis cidades cearenses já
registram a paralisação das unidades operacionais da Polícia Militar.
Batalhões, companhias, pelotões e destacamentos estão com as portas fechadas e
as viaturas com pneus secos, sem condições de realizar rondas ou atender às
ocorrências. O balanço foi feito no começo da manhã de hoje pelos grevistas.
Policiais e bombeiros militares deflagraram a paralisação na tarde de ontem
(18), na Capital.
Durante
a madrugada desta quarta-feira, o policiamento das ruas da Capital e de sua
Região Metropolitana foi feito por equipes de várias delegacias e unifdades
especializadas da Polícia Civil, convocadas em regime de urgência pela Delegacia
Geral atendendo á determinação da Secretaria da Segurança Pública e Defesa
Social (SSPDS).
Grevistas esvaziando pneus das viaturas |
Policiais
civis saíram da sede do Complexo das Delegacias Especializadas (Code), no
bairro de Fátima, em comboios e foram distribuídos por vários bairros de Fortaleza
e cidades da RMF. O objetivo era impedir assaltos, arrastões e ataques a
coletivos.
Mortes
Mesmo
com a Polícia Civil nas ruas, pelo menos, quatro homicídios foram registrados
na Grande Fortaleza, entre a noite de ontem e madrugada de hoje. Os crimes
aconteceram nos bairros Planalto Picí e Vila Manuel Sátiro, além de Pacatuba
(Distrito de Pavuna) e Maranguape (bairro Novo Maranguape). Já no interior do
estado, um assassinato ocorreu em Juazeiro do Norte.
Veja as
cidades onde a greve dos policiais e bombeiros militares afetou o policiamento:
Na
Capital:
Estão
de portas fechadas os quartéis do 18º BPM (Antônio Bezerra), 17º BPM (Conjunto
Ceará) e Batalhão de Policiamento Turístico (BPTur)
Na
Região Metropolitana de Fortaleza:
Sem
policiamento da PM as cidades de Pacajus, Caucaia, Eusébio, Cascavel,
Maranguape, Maracanaú, Pacatuba, Pacajus, Chorozinho, Horizonte e São Gonçalo
do Amarante.
No
Interior Norte:
Redenção,
Sobral, Canindé, Itapipoca, Ubajara, São Benedito, Guaraciaba do Norte,
Carnaubal, Viçosa do Ceará, Camocim e Guaramiranga.
No
Interior Sul:
Juazeiro
do Norte, Crato, Barbalha, Aracati, Fortim, Caririaçu, Aurora, Granjeiro,
Russas e Iguatu.
Em Juazeiro do Norte:
Foto Guto Vital |
Viaturas Interceptadas nas ruas de Juazeiro do
Norte, pneus esvaziados e estabelecimentos comerciais que funcionam a noite
fechando mais cedo. Foi assim a noite de terça-feira com a deflagração da greve
de policiais militares a partir das 21 horas.
A Polícia Civil tratou de
redobrar ações para garantir a segurança pública estabelecendo até
patrulhamento em diversas áreas da cidade, mas não tem pessoal suficiente para
cobrir o município.
Governado se pronuncia em tom de ameças
Em nota oficial distribuída à
Imprensa na noite desta terça-feira (18), o governo do estado informou que
todos os policiais e bombeiros militares envolvidos em atos que configurem
crime militar serão alvo de Inquérito Policial Militar (IPM) e Processo
Administrativo Disciplinar (PAD).
Em tom ameaçador, o governo foi mais além e
disse que os manifestantes que foram detidos terão salários cortados. Ainda
ontem, três PMs foram presos logo no início da paralisação das duas categorias
da Segurança Pública.
Os PMs
detidos, segundo nota da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social
(SSPDS) foram identificados como Janderson Feitosa Tabosa, integrante da Força
Tática (FT) do Batalhão de Policiamento Turístico (BPTUR); Francier Sampaio de
Freitas e José Carlos de Morais, ambos pertencentes ao 14º BPM (Maracanaú).
Ainda
de acordo com a SSPDS, o primeiro estava armado com uma pistola pertencente à
PM. O segundo usava uma arma particular. Os três teriam sido flagrados no
momento em que secavam os pneus de viaturas. Por conta disso, foram autuados em
flagrante por crime militar previsto no artigo 149 do Código Penal Militar
(COM), que trata da prática de “Motim”. A pena varia de oito até 20 anos de
prisão, além da perda da farda.
Veja a
nota oficial do governo do estado do Ceará sobre a greve dos militares:
“O
governo do Estado do Ceará informa que todos os policiais envolvidos em atos
que configurem crime militar estão tendo Inquérito Policial Militar (IPM)
instaurado de imediato pelos comandos, Processo Administrativo Disciplinar
(PAD) instaurado pela CGD, sofrerão todas as sanções previstas em lei, e já
serão excluídos da folha de pagamento pela Secretaria de Planejamento. Os
policiais que abandonarem o serviço sofrerão as mesmas sanções. Os comandos não
irão tolerar atos de indisciplina e quebra de hierarquia.”
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