Enquanto
Moro deixou a função acusando Bolsonaro de tentar interferir politicamente no
comando da PF, Mendonça prometeu uma atuação "técnica" à frente da
pasta.
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Sem citar o ex-juiz Sérgio Moro
diretamente, o novo ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça,
deu vários recados ao antecessor e fez promessas de combate ao crime no
primeiro discurso após tomar posse.
Mendonça também não poupou elogios ao presidente
Jair Bolsonaro, a quem chamou de "profeta no combate à
criminalidade".
Enquanto
Moro deixou a função acusando Bolsonaro de tentar interferir politicamente no
comando da Polícia Federal, Mendonça prometeu uma atuação
"técnica" à
frente da pasta. "Lutarei com todos os esforços no combate à
criminalidade", disse. "Vamos fazer operações conjuntas. Cobre de
nós, presidente, mais operações na Polícia Federal", reforçou.
Outro
ponto levantado por Moro foi a intenção de Bolsonaro ter acesso a relatórios de
inteligências da Polícia Federal. Uma investigação sobre as acusações feitas
por Moro foi aberta no Supremo Tribunal Federal (STF).
Mendonça
também fez acenos ao ministro da Secretaria-Geral, Jorge Oliveira, cotado
inicialmente para assumir o Ministério da Justiça no lugar de Moro. Segundo
Mendonça, Oliveira é alguém que "abre mão de oportunidades para servir ao
Brasil". O ministro da Secretaria-Geral foi aplaudido de pé pelos
convidados.
O
novo ministro da Justiça demonstrou, ainda, alinhamento com a postura de
Bolsonaro contra a imposição de medidas de isolamento social nos Estados. Na
gestão anterior, Moro resistiu ao pedido do presidente para que o ministro da
Justiça se posicionasse contra os governadores em casos que considera que há
excessos.
"A crise não envolve só a saúde, mas emprego, subsistência e
direito de ir e vir. Temos de ser capazes de colocar o povo em primeiro
lugar", disse Mendonça.
Na
cerimônia, além de ministros de Estado, estavam presentes representantes do
Judiciário. Participaram o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias
Toffoli, e o ministro Gilmar Mendes.
"Eu
queria assumir alguns compromissos hoje com a nação brasileira. Compromissos
com o Estado de direito e os seus valores, a Constituição no seu preâmbulo
institui como valores supremos a liberdade, fraternidade, a igualdade, o
bem-estar, o desenvolvimento, e, acima de tudo, a Justiça. Daí a importância
Ministério da Justiça e Segurança Pública, reforçado pela ética", declarou
Mendonça.
"Outro
compromisso, uma atuação integrada com Estados e municípios. Temos um sistema
único de segurança pública. E nesse sentido é preciso compreender que a
criminalidade hoje se constitui em rede, não é um sistema hierarquizado onde
havia um chefe e uma cadeia de comando", disse o ministro da Justiça.
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