Os dados constam de uma pesquisa encomendada pela
União pelas Escolas Particulares de Pequeno e Médio Porte, uma organização sem
fins lucrativos criada durante a pandemia com o objetivo de dar suporte às
instituições de ensino
Entre 30% e 50% das escolas particulares
de pequeno e médio porte do Brasil estão sob o risco de falência em razão da
pandemia do novo coronavírus.A redução de receita, ocasionada pela necessidade
de conceder descontos, por atrasos nas mensalidades e pela inadimplência,
atingiu 40% delas em abril e deve ultrapassar os 50% no fechamento das contas
de maio. Em 95% dos estabelecimentos já houve o cancelamento de matrículas.
Os dados constam de uma pesquisa
encomendada pela União pelas Escolas Particulares de Pequeno e Médio Porte, uma
organização sem fins lucrativos criada durante a pandemia com o objetivo de dar
suporte às instituições de ensino. Em seu site, a entidade deu início ao que
chama de "obituário" das escolas vítimas da Covid-19.
Entre as que fecharam neste período
de confinamento, lista o colégio Stella Maris, de Guarulhos (Grande SP), o
Integral e o Nautas, de Campinas (interior de SP), a escola Maxwell, de
Brasília, e a Organização Educacional Evolutivo, de Fortaleza (CE).
Para a pesquisa, intitulada
"Megatendências - As Escolas Brasileiras no Contexto do Coronavírus",
foram consultados, entre 13 e 25 de maio, proprietários de 482 colégios do
ensino infantil ao médio, que têm entre 150 e 240 alunos e de 20 a 30
professores, localizados em 83 municípios do país, incluindo capitais como São
Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Goiânia, Salvador, Fortaleza, Maceió e
Aracaju. Escolas com esse perfil representam quase 80% da rede privada de
ensino do Brasil.
Os atrasos no pagamento de
mensalidades, que antes do início da pandemia eram de 9%, chegaram a 17% em
abril e devem bater 22% em maio. As famílias inadimplentes, também restritas a
9% do total até o confinamento, foram para 15% em abril, e a expectativa é de
21% em maio. A perda de alunos já gira em torno de 10%.
A redução de receita é observada de
forma semelhante entre as escolas de ensino infantil e as que têm infantil e
fundamental; em ambas as categorias, 54% tiveram queda. Não é muito diferente
das que oferecem também o médio, 50%.
"Apesar de a dificuldade do
ensino remoto no infantil e nos primeiros anos do fundamental ser maior, a
perda de receita foi equivalente nos diferentes níveis", diz Tadeu da
Ponte, mestre em matemática pela USP, professor e coordenador do Centro de
Educação do Insper e criador da Explora, empresa especializada em análises para
a educação básica, que realizou a pesquisa.
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