São
cumpridos 4 mandados de prisão e 15 de busca em São Paulo, Brasília, Itatiba e
Itu, no interior paulista, além do bloqueio de contas bancárias
A PF
(Polícia Federal) deflagrou na manhã desta terça-feira (21) a operação Paralelo
23, a terceira fase da Lava Jato junto à Justiça Eleitoral de São Paulo.
Um dos
investigados é o ex-ministro e hoje senador, José Serra (PSDB), que já é alvo
da Lava Jato por suposta lavagem de dinheiro de propina.
A polícia
constatou indícios de recebimento por parte do parlamentar federal de doações
eleitorais não contabilizadas que chegam a R$ 5 milhões. Os valores seriam
repassados por meio de operações financeiras e societárias simuladas para
ocultar a origem ilícita do dinheiro.
Nesta
terça, as buscas iriam se concentrar no gabinete do senador, mas o presidente
do Senado, Davi Alcolumbre, não permitiu a entrada dos policiais e afirmou que
só liberaria o acesso com uma autorização do STF (Supremo Tribunal
Federal). A PF então deixou o prédio e não se sabe se conseguirá a liberação.
As equipes
também fazem buscas no apartamento funcional do parlamentar em Brasília. Serra,
no entanto, está em São Paulo.
A ação é
baseada no entendimento adotado pelo STF no Inquérito nº 4.435, de 14 de março
de 2019, de reafirmar a competência da Justiça Eleitoral para os crimes conexos
aos eleitorais.
São
cumpridos 4 mandados de prisão temporária contra empresários e 15 mandados de
busca e apreensão em Brasília (DF), na capital paulista e nas cidades de
Itatiba e Itu, no interior de São Paulo, além do bloqueio judicial de contas
bancárias dos investigados, determinado pela 1ª Zona Eleitoral de São Paulo.
O
inquérito policial foi remetido à primeira instância da Justiça Eleitoral ainda
no ano passado. Segundo a PF, houve a colaboração espontânea de pessoas que
teriam sido contratadas no ano de 2014 para estruturar e operacionalizar os
pagamentos de doações eleitorais não contabilizadas, efetuados supostamente a
mando de um acionista controlador de importante grupo empresarial que
comercializa planos de saúde.
Após a
formalização de acordos de colaboração premiada, foi solicitada a quebra do
sigilo bancário dos investigados, intercâmbio de informações com o COAF
(Conselho de Controle de Atividades Financeiras) e foram ouvidos os testemunhos
de pessoas relacionadas aos fatos.
Durante
as investigações, foi identificada ainda a existência de outros pagamentos, em
quantias elevadas, feitos por grandes empresas, sendo uma delas do setor de
nutrição e outra do ramo da construção civil. Os valores eram destinados,
segundo a PF, a uma das empresas supostamente utilizadas pelo então candidato
para a ocultação do recebimento das doações.
Tudo isso
ocorreu em período próximo às eleições de 2014 e agora é objeto de
investigação.
Os
investigados responderão, na medida de suas participações, por associação
criminosa, falsidade ideológica eleitoral e lavagem de dinheiro, com penas que
variam de 3 a 10 anos de prisão.
Por se
tratar de parlamentar no exercício do mandato de senador, as investigações
contra Serra, em primeira instância, se restringem aos fatos de 2014. Em
relação aos demais investigados, a ação policial busca provas de crimes
conexos.
O
outro lado
A
assessoria de José Serra afirmou que a defesa não foi informada desta operação,
mas agora tenta saber se houve bloqueio de contas do senador e de familiares.
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