Era conhecido como o “Príncipe dos
Poetas Populares do Nordeste”.
Faleceu nesta terça-feira (24), ao 82 anos de idade em sua residênciaos o
poeta Pedro Bandeira.
Acometido, já a alguns anos da doença de Alzheimer nos últimos dias vinha
apresentando uma acentuada fragilidade.
Pedro Bandeira nasceu em 01/05/1938 n0
sítio Riacho da Boa Vista, município de
São José de Piranhas-PB.
Filho de Tobias Pereira de Caldas e da
poetisa Maria Bandeira de França, conhecida como dona Lica. Era neto
do famoso cantador Manoel Galdino Bandeira, de quem herdou o talento
repentista. Éra o oitavo herdeiro de quatorze filhos gerados pelo
casal, dos quais seis nasceram poetas: Antônio, Pedro,
Francisco, João, Daudeth e Cícera.
Aos seis anos de idade Pedro já
fazia versos e aos dezessete tornou-se cantador profissional, nas
várias modalidades tradicionais da poesia popular como, mourão,
martelo agalopado, galope alagoano, galope à
beira-mar, quadrão e gemedeira.
Pedro Bandeira éra cantador profissional há
mais de sessenta anos, cordelista e escritor, autor de centenas
de folhetos de cordel e poemas, livros
publicados, CD’s, DV’s e LP´s gravados.
Pedro Bandeira conquistou o mundo, cantando
as tristezas e as alegrias do povo nordestino, apresentando-se
nos sítios, nas fazendas, nas feiras das pequenas cidades, nas novenas,
nas festas dos padroeiros, nos casamentos, nos batizados, nos
aniversários, nas vaquejadas, nas campanhas políticas e em tantos outros
eventos.
Pedro Bandeira, além de Poeta repentista
cantador, cordelista e escritor, era formado em letras, direito e
teologia. Exerceu, por muito tempo a função de radialista, nas emissoras
locais e, por anos apresentou programas
na televisão.
Especial onde os cinco irmão se reuniram numa cantoria
Autor de inúmeros cordéis e poemas, teve
inúmeras participações em festivais de
violeiros e cantorias, quando conquistou troféus, medalhas
de honra ao mérito e diplomas. Participou de vários filmes, documentários
e peças teatrais. Criou ao lado de Luiz Gonzaga e Padre João Câncio a
Missa do Vaqueiro, em Serrita, PE.
Em 1960 veio para Juazeiro do Norte, após ter um
sonho com o Padre Cícero, no qual o convidou para vir morar em
Juazeiro do Norte, Ceará, onde reside desde então tendo, inclusive, sido
vereador por dois mandatos. No ano 1963, casou-se com Helena Ferreira
de Caldas, com a qual teve duas
filhas, Íria e Analica.
Apresentando programa na Rádio Verde Vale-AM |
Integrou o ciclo do jumento, liderado por
Padre Antônio Vieira, Patativa do Assaré, Zé Clementino e Luiz Gonzaga.
CURUOSIDADES
CURUOSIDADES
Autor de inúmeras músicas, gravadas por Luis Gonzaga,
Fagner, Luis Vieira, Alcimar Monteiro, Trio Nordestino, Jackson Antunes e
Antônio Nóbrega, dentre outros astros famosos da música popular
brasileira.
Pedro Bandeira foi o fundador dos jornais
periódicos: Voz do Folclore, Voz da Nova República e O Crajubar.
Cantou para o papa João Paulo II, na cidade de
Fortaleza, encantou Oscar Niemeyer de repente com sua inigualável
capacidade de criar.
Apresentou-se várias vezes no Palácio do
Planalto para os presidentes, Castelo Branco, Costa e Silva, João
Figueiredo, Fernando Collor e José Sarney.
Com Geraldo Amâncio, foi a primeira dupla
de cantador violeiro e repentista do Brasil a cruzar o oceano Atlântico.
Entre as suas apresentações na Europa,
destacou-se uma realizada no Palácio Oficial da Presidência da República de
Portugal para o Presidente Mário Soares.
Em sua trajetória foi homenageado
por Luis da Câmara Cascudo, José Américo de Almeida, Jorge Amado, Téo
Brandão, Rodolfo Coelho Cavalcante, Rolando Boldrim, Padre Antônio
Vieira, Joaryvar Macedo, Luís Vieira, Carlos Drumonnd de
Andrade, Franco Barbosa, Lucinda Azevedo e outros escritores do
Brasil e do exterior, bem como por diversos cordelistas que versejaram sobre
sua biografia.
Durante duas décadas apresentou o
programa “Violas e Violeiros” na Rádio Educadora do Crato com o
também poeta João Alexandre.
Participou da AVPPFC- Associação dos Violeiros
Poetas Populares e Folcloristas do Cariri. Foi membro da Associação
dos Poetas de Campina Grande e Patos na PB. Do Instituto Cultural
do Vale Caririense-ICVC, da Academia Brasileira de Literatura de
Cordel.
Por: Inova News
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