Emissora carioca
implorou redução do preço da transmissão à Conmebol. Ouviu um sonoro 'não'. E o
contrato até 2022 foi rescindido
Reprodução Sport TvA Globo assume. Não tem dinheiro e desiste da transmissão da Libertadores |
O drástico corte das verbas de
publicidade do governo federal, mais a pandemia provocaram uma grave crise
financeira na Globo.
E um dos efeitos colaterais mais
drásticos está na revisão da transmissão de futebol pela emissora.
Como já acontece na Europa e nos
Estados Unidos, o esporte se tornou caro demais para a tevê aberta. E migrou
para os canais a cabo ou pay-per-view.
Ainda mais para a Globo, que está
mergulhada na crise. A ponto de demitir mais de 100 profissionais, no ano
passado. Acabar com contratos longos de suas estrelas.
Renato Aragão, Vera Fischer, Jô
Soares, Miguel Falabella, Stênio Garcia, Zeca Camargo, Renato Aragão, Malu Mader,
Otaviano Costa, Maria Fernanda Cândido, Leandro Hassun, Malvino Salvador, José
de Abreu, Regina Duarte, Bruno Gagliasso, Bianca Bin, Rafa Brites, Lair Rennó,
Aguinaldo Silva, Cininha de Paula...
Maitê Proença, Isabela Garcia, Pedro
Cardoso, Luiz Fernando Guimarães, Pedro Paulo Rangel, Danielle Winits, Helena
Ranaldi, Marcelo Anthony, Dalton Vigh, Barbara Paz, Luana Piovani, Bruna
Marquezine, Zé Mayer, Thiago Abravanel e Reynaldo Giannechini, entre outros.
Em junho, a Globo já avisou a Fifa
que não iria manter o pagamento combinado de nove parcelas de 90 milhões de
dólares, cerca de R$ 478 milhões, cada. Em um total de 810 milhões de dólares,
cerca de R$ 4,3 bilhões, pela Copa do Mundo do Qatar.
Presidente da Conmebol,Alejandro Domínguez foi firme com a Globo |
E entrou na justiça brasileira para
que a Fifa não desfaça o acordo. A Globo já pagou cinco parcelas, 450 milhões
de dólares, cerca de R$ 2,3 bilhões. Mas perdeu o fôlego para seguir
pagando.
A questão será resolvida na Suíça.
O grupo Disney pode herdar o direito
de mostrar o Mundial de 2022 ao Brasil.
Depois, no mês passado, a
escandalosa briga e rescisão da Globo com o Campeonato Carioca. Por causa da MP
948, que proporcionou ao Flamengo a transmissão de seus jogos como mandante, a
emissora tenta se livrar na justiça dos estaduais do Rio de Janeiro de 2021,
2022, 2023 e 2024.
E não pagar os combinados R$ 408
milhões.
A briga do início da semana era só
com a Turner, pelo Brasileiro. A emissora carioca não aceita que a americana
use a MP 948 e transmita, na tevê a cabo, os jogos dos clubes que patrocina,
mesmo sendo visitantes, como prevê a Medida Provisória de Jair Bolsonaro.
O Flamengo já havia derrotado a Globo. E a emissora rescindiu com o Carioca |
Só pela transmissão, a Globo paga R$
180 milhões por ano para a CBF.
Com os contratos com os clubes,
chega a R$ 600 milhões em gastos.
E ontem o canal da família Marinho
anunciou.
O contrato de transmissão da
Libertadores da América está rescindido.
Ele contemplava 2020, 2021 e 2022.
A Conmebol não aceitou reduzir o
preço de 65 milhões de dólares, cerca de R$ 346 milhões.
A Globo insistiu usando a pandemia e
a desvalorização do real, em relação ao dólar, como desculpa. O contrato
foi firmado quando o dólar estava a menos de R$ 4,00: R$ 3,98. A cotação atual
é de R$ 5,33. O que chegou a um aumento de cerca de R$ 100 milhões por ano.
Por esse dinheiro, a Globo poderia
só mostrar dois jogos diferentes na quarta-feira. E mais dois jogos no Sportv,
na terça e na quarta-feira.
A emissora carioca também alegava a
queda enorme no seu pay-per-view. A Globo perdeu mais de 400 mil assinantes do
canal Premiere.
Deixando de ganhar quase R$ 40
milhões mensais.
Há acordos sigilosos com
anunciantes. Afinal, foram quatro meses de paralização por conta da pandemia.
Ambev, Casas Bahia, Chevrolet, Hypera Pharma, Itaú e Vivo pagaram R$ 1,8 bilhão
pelo futebol em 2020. Redução, extensão para 2021, assuntos que o mercado
publicitário garante estar ocorrendo para compensar 120 dias sem o esporte.
Em 2019, a Turner rompeu o monopólio no Brasileiro. Duro golpe para a Globo |
Além disso, o bilionário Facebook
virou um sério adversário para a Globo, nos direitos de transmissão da
Libertadores.
O Youtube e a Amazon se movimentam
também em direção ao futebol
"Nesse
contexto, e tendo em vista a suspensão daquela competição por vários meses, a
empresa tentou renegociar com a Conmebol o contrato da Libertadores, válido até
2022, mas infelizmente não houve acordo.
Assim, não restou alternativa à
Globo a não ser rescindir o contrato", diz a carta enviada para a Globo
para a Conmebol.
A Conmebol não se afetou.
Duas empresas, a IMG e a
Perform decidiram assumir a Libertadores e a Copa Sul-Americana por 350 milhões
de dólares, cerca de R$ 1,8 bilhão.
A empresa de streaming DAZN desistiu
de transmitir a Copa Sul-Americana e a Recopa, por conta da crise de
assinantes. Devolveu os direitos e se livrará de pagar 91 milhões de dólares,
cerca de R$ 483 milhões, até 2022.
Para manter as aparências, a Globo
divulga que ainda está interessada na Libertadores.
"Como principal competição de
clubes das Américas, a Libertadores continua sendo importante para a Globo. No
entanto, para que sua transmissão seja viável e satisfatória para todas as
partes envolvidas, ela precisa se adequar à nova realidade mundial dos direitos
esportivos e à situação econômica vivida pelo país."
Só que a cúpula global sabe de duas
verdades.
A primeira é que a Conmebol tem
outros interessados e não precisa 'se adequar' à crise financeira que a
emissora carioca mergulhou.
E a segunda é que, entre sobreviver
ou transmitir futebol sem lucro, a opção óbvia está na readequação à nova
realidade econômica que a Globo vive.
Não há dinheiro para cumprir o
acordo feito pela Libertadores.
O
monopólio...
A farra da Globo, no futebol,
acabou...
Por: Inova News/R7
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