Quatro ministros já haviam deixado os cargos
e população foi às ruas protestar. Explosão afetou seriamente a economia do
país
Mohamed Azakir / Reuters |
O
primeiro-ministro do Líbano, Hassan Diab, anunciou a renúncia de todo o
gabinete de governo, seis dias após a megaexplosão que devastou Beirute e
de um fim de semana de manifestações que reuniram multidões nas ruas da
capital.
Em um
anúncio na televisão, o presidente Michel Aoun aceitou a renúncia e pediu que o
gabinete de Diab permaneça de maneira interina até que um novo governo seja
formado.
A insatisfação crescente da população
libanesa ficou evidente com a tomada de prédios de
ministérios no sábado e no domingo, associadas à convocação de um levante
contra o governo.
Quatro
ministros já haviam renunciado ao cargo nos últimos dias, dois nesta
segunda-feira — a titular da pasta da Justiça, Marie Claude Najem, e o ministro
das Finanças, que fez o anúncio, mas não chegou a entregar a carta de renúncia
para aguardar a saída de todo o gabinete.
Hassan
Diab, em pronunciamento, afirmou que a explosão é fruto da corrupção endêmica
que assola o país. E disse ainda, que "a corrupção que o país sofre é
maior do que o Estado".
Diab
pediu também o julgamento dos responsáveis pela explosão. O primeiro-ministro
disse que "o governo dará um passo para trás", mas disse que continua
com o povo.
Ele
criticou ainda a elite do país, a qual acusa de mentir para o povo. E finalizou
com a frase: "que Deus proteja o Líbano".
A
renúncia completa do gabinete surge após ministros já terem deixado seus
cargos, na esteira das manifestações de insatisfação com o
governo libanês, sobre o qual recai a culpa por permitir o armazenamento de
mais de 2.700 toneladas de substância altamente explosiva no porto de Beirute
sem qualquer cuidado.
O desastre no porto de Beirute multiplica os problemas na
esfera econômica, já que destrói a principal porta de entrada e saída do
comércio libanês, e da saúde.
A explosão destruiu ao menos três hospitais e todo o
estoque de equipamentos de proteção destinado ao combate da covid-19 no país.
Por: Inova News/R7
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