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Nova aposta de Guedes, “Super PEC” reúne corte de salário, Renda Brasil e desoneração


A ideia de unificar várias propostas em uma só PEC partiu do ministro da Economia, Paulo Guedes.

(Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)


Para reduzir a resistência ao ajuste fiscal e viabilizar os programas de emprego e renda básica, o governo resolveu concentrar numa única proposta as medidas de contenção de gastos obrigatórios, desoneração da folha de pagamentos e criação do Renda Brasil.


O novo texto será apresentado pelo senador Márcio Bittar (MDB-AC), na forma de um substitutivo à proposta de emenda à Constituição (PEC) 186/2019, do Pacto Federativo, que já está tramitando no Senado. A expectativa é que a "Super PEC" seja apresentada e votada diretamente em plenário em setembro.

Um acordo inicial foi fechado entre a equipe econômica e o senador Bittar na segunda-feira (17) e a expectativa é que o martelo seja batido nesta sexta-feira (21). Segundo um interlocutor do senador, dificilmente o governo voltará atrás na estratégia, que é também apoiada pelo congressista.

O objetivo de Guedes é atrelar a discussão de duas propostas que considera positivas – a criação do programa social Renda Brasil e a desoneração da folha, que pode gerar novos postos de trabalho – a medidas duras de contenção de gastos.


Essas medidas de contenção já estavam nas PECs Emergencial e do Pacto Federativo, apresentadas pelo governo em novembro do ano passado, mas que não foram votadas no Senado.

A equipe econômica avalia que é urgente a necessidade de controlar gastos obrigatórios no ano que vem, e com isso liberar dinheiro no Orçamento para programas sociais e também obras públicas. Sem cortar despesas obrigatórias fica praticamente impossível tirar esses projetos do papel, já que o teto de gastos limita o crescimento total das despesas do governo à inflação do ano anterior."

Redução de salários para abrir espaço no Orçamento

A solução encontrada pela equipe de Guedes é “furar o piso”, termo utilizado para reduzir as despesas que consomem o Orçamento, liberando espaço no teto, ou seja, dinheiro para outras finalidades.

A principal despesa que o governo quer reduzir é a folha de pagamento do funcionalismo público. A proposta é reduzir em 25% a jornada e o salário dos servidores, além de proibir novos concursos e vedar reajustes e promoções, salvo exceções.

Essas medidas já constavam nas PECs do Pacto Federativo e Emergencial e vão continuar na “Super PEC” que está sendo gestada por Guedes e Bittar.
O texto vai propor o acionamento automático desses gatilhos de contenção de gastos sempre que as despesas obrigatórias da União consumirem 95% ou mais do Orçamento.

http://www.radios.com.br/play/114119

O teto de gastos prevê o acionamento de gatilhos de contenção de gastos para evitar o seu descumprimento, mas a lei que criou a regra deixou de fora exatamente qual deve ser o parâmetro que acionaria os mecanismos automaticamente. Com isso, o substitutivo trará esse parâmetro – quando a despesa corrente exceder 95% da receita corrente – e reforçará quais gatilhos serão acionados e por quanto tempo.





O plano de cortar salários do funcionalismo foi reforçado nesta quinta-feira (20) com a manutenção do veto do presidente Jair Bolsonaro que proíbe reajustes salariais a servidores até o final de 2021."


Super PEC" vai incluir desoneração da folha e Renda Brasil


Além de trazer esses mecanismos para conter gastos obrigatórios e liberar dinheiro do Orçamento, a “Super PEC” gestada por Guedes e Bittar vai incluir a desoneração da folha de pagamentos, um desejo antigo do ministro da Economia. Segundo Bittar, a ideia é acabar com os encargos trabalhistas para quem recebe até um salário mínimo. 

Para salários acima do piso, a desoneração estudada seria de metade do valor da contribuição patronal, que hoje é 20% da folha.

O objetivo da desoneração da folha é estimular a geração de empregos, principalmente para parcela de baixa renda e com pouco estudo da população.

Renda Brasil

A “Super PEC” deve contar ainda com a criação do Renda Brasil, o programa social do governo Bolsonaro.

Esse programa vai propor a extinção ou redução de benefícios considerados mal focalizados, como o abono salarial, o seguro-defeso e o salário família, em troca da criação do Renda Brasil. O Bolsa Família também será unificado ao Renda Brasil.

A ideia é de que o programa atenda mais famílias – até 21 milhões, ante 14 milhões atualmente – e pague um benefício médio próximo de R$ 300, em vez dos menos de R$ 200 atuais."

A equipe econômica espera ver o texto aprovado ainda neste ano, para que os programas e as medidas de contenção de gasto entrem em vigor em 2021.


Por: Inova News/Gazeta do Povo

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