Estudo preliminar sobre o imunizante
mostra que grupo de pacientes teve resposta positiva
Foto:Sputinik |
Estudo preliminar publicado na
revista científica “The Lancet”, uma das mais importantes do mundo, nesta
sexta-feira, 4, indica que a vacina russa ‘Sputnik V’ contra a covid-19 não
teve efeitos adversos e induziu resposta imune.
Os
resultados dos dois testes clínicos de fase 1 e 2 feitos com 38 voluntários
cada, conduzidos em junho-julho deste ano, mostraram que 100% deles
desenvolveram anticorpos para a doença.
“Os
dois testes de 42 dias – incluindo 38 adultos saudáveis cada – não encontraram
nenhum efeito adverso sério entre os participantes e confirmaram que
as vacinas candidatas provocam uma resposta de anticorpos”, afirma a
publicação.
De acordo com a The Lancet, os
testes iniciais sugeriram que a vacina Sputnik V produziu uma
resposta em um componente do sistema imunológico conhecido como células T.
Os cientistas têm examinado o papel desempenhado por elas no combate à infecção
do coronavírus, com descobertas recentes mostrando que essas células podem
fornecer proteção de longo prazo do que os anticorpos.
A
vacina da Rússia foi registrada no mês passado, mas a falta de estudos
publicados sobre os testes gerou desconfiança entre a comunidade internacional.
No Brasil, o governo do Paraná
firmou uma parceria para desenvolver a vacina russa e, nesta sexta, 4, informou
que o pedido de registro do imunizante à Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) deve ser feito em 10 dias. Os testes no país devem começar
em 1 mês.
O presidente da Sociedade Brasileira
de Imunizações, Renato Kfouri, disse, em entrevista à GloboNews, que o resultado é
importante, mas ressalta que ainda falta a fase 3, em que a vacina é testada em
um grande número de pessoas.
“É
um estudo aguardado, publicado em uma revista séria. Hoje a vacina pode ser
categorizada como realmente uma candidata, mas isso ainda depende de estudo de
fase três onde estão 7 outras vacinas”, disse Kfouri.
O especialista também ponderou
que é improvável que os cientistas russos consigam saber qual o período de
imunização em tempo hábil para a eventual aprovação do imunizante. “Vamos
licenciar vacinas nesse cenário de pandemia sem todas as informações completas.
Para preencher todos as informações que precisamos, esperaríamos 4, 5 anos”,
acrescentou.
Por: Inova News/DP
0 Comentários