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Justiça anula título de doutor de Lula em universidade de Alagoas

A ação foi movida pela advogada Maria Tavares Ferro, hoje candidata à vereadora pelo PSDB em Maceió

Foto Reprodução


O Tribunal de Justiça de Alagoas determinou a anulação do ato administrativo que deu ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) o título de doutor honoris causa da Uneal (Universidade Estadual de Alagoas), em 23 de agosto de 2017. Lula acabaria preso oito meses depois, segundo determinação do ex-juiz Sergio Moro, pelo caso do tríplex de Guarujá (SP).

"Não é razoável, nem atende à moralidade administrativa conceder honraria a alguém condenado judicialmente e que ainda responde a outras ações penais", justifica um trecho da decisão, assinada pelo juiz Carlos Bruno de Oliveira Ramos, da 4ª Vara Cível de Arapiraca.

O documento é de 23 de julho, mas só foi acrescentado ao processo no último dia 9, de acordo com os registros eletrônicos do TJ alagoano.

A ação foi movida pela advogada Maria Tavares Ferro, hoje candidata à vereadora pelo PSDB em Maceió. Ela já foi filiada ao Novo e chegou a disputar as eleições de 2018 pela legenda, como candidata à deputada federal, mas não foi eleita.

À época, a Justiça negou o pedido de liminar apresentado por Ferro, alegando que "não restou configurado a probabilidade do direito ou o perigo do dano" da honraria. Lula e a universidade rebateram Ferro, que não apresentou réplica.

Também ouvido na ocasião, o Ministério Público se manifestou pelo arquivamento do processo. Em janeiro deste ano, porém, o juiz Oliveira Ramos optou por julgar a ação -e, agora, anular o título concedido ao ex-presidente.

Procurada pela reportagem, a assessoria de Lula disse que não cabe a ele comentar a decisão do juiz, "embora ela pareça ser uma violação evidente dos princípios constitucionais da autonomia universitária e da presunção da inocência".

"Os processos contra Lula não terminaram sua tramitação e o julgamento de um habeas corpus de anulação da atuação do ex-juiz Sergio Moro, pela sua evidente suspeição e atuação política, já foi iniciado no STF e aguarda conclusão iminente", acrescentou.

Justiça chegou a indeferir o pedido liminar da tucana, após ela não apresentar réplica quanto à respostas de Lula e da universidade. Inclusive, o Ministério Público pediu pelo arquivamento da ação sem julgamento do mérito.

Carlos Bruno, contudo, decidiu pelo julgamento da matéria e derrubou a titulação do ex-presidente. Segundo ele, a honraria representa “hostil violação da regra administrativa na aprovação do título por desvio de finalidade revelador de ofensa à moralidade administrativa, além de propiciar manifestação de fim político-eleitoral na concessão do título”.

 Prisão

ex-presidente Lula foi preso por corrupção passiva e lavagem de dinheiro na ação penal envolvendo um tríplex no Guarujá, em 7 de abril de 2018, após se entregar à Polícia Federal no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, grande São Paulo. A prisão dele durou 580 dias.

Ele foi solto em 8 de novembro 2019, após entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) pela prisão apenas após o trânsito em julgado.

Por: Inova News

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