Com a presidência do Banco do Brasil
à disposição desde a semana passada, Bolsonaro deve revelar quem vai dirigir a
instituição a partir de agora. Parlamentares esperam que, com isso, o programa
de reestruturação seja suspenso
(crédito: Alan Santos/PR)
O
presidente Jair Bolsonaro pode definir ainda hoje o próximo presidente do Banco
do Brasil (BB), já que André Brandão colocou o cargo à disposição do governo na
semana passada. E muitos parlamentares esperam que, com isso, Bolsonaro também
suspenda o plano de reestruturação do BB.
No
Banco do Brasil, no entanto, a ordem é dar início ao fechamento de agências
neste mês de março.
A lista e a data de fechamento das agências, no
entanto, são guardadas a sete chaves pelo banco. “Falta transparência”,
reclamam os bancários, que decidiram mapear por conta própria o impacto do
projeto no Distrito Federal (DF). Segundo o Sindicato dos Bancários de
Brasília, sete agências devem ser fechadas e outras cinco serão reduzidas a
postos de atendimento no DF até o próximo dia 16.
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Parlamentares contrários ao fechamento pediram os dados ao BB, mas ainda não obtiveram retorno. Por isso, a deputada Erika Kokay (PT-DF) apresentou um requerimento de informações cobrando esclarecimentos ao ministro da Economia, Paulo Guedes, na semana passada. Para ser enviado ao ministro, contudo, o pedido precisa ser aprovado pela Mesa e pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
A percepção é que o BB não quer divulgar a relação das agências que serão desativadas para não causar mais rebuliço sobre o assunto e, assim, garantir a reestruturação.
A decisão de Brandão de deixar o comando do banco, no entanto, fez muitos parlamentares questionarem se, agora, Bolsonaro não vai suspender a medida. Afinal, o presidente da República decidiu demitir o presidente do BB depois de ouvir críticas dos parlamentares sobre a repercussão negativa do fechamento de agências em suas bases eleitorais.
A questão que está na mesa no Planalto, agora, por sua vez, é o nome do sucessor de Brandão. Bolsonaro pode tomar uma decisão ainda hoje sobre o assunto. Integrantes do Planalto revelaram que o presidente da República nunca gostou muito de Brandão. Por isso, agora que se antecipou a uma possível demissão, o executivo pode sair logo. “Já vai tarde”, disseram assessores de Bolsonaro.
A interlocutores, Brandão explicou estar cansado de Brasília. Ele se incomodou por ter sido atacado por Bolsonaro depois de tomar uma das medidas de redução de custos acertadas com a equipe econômica. Também não quer ficar sendo fritado ou ser surpreendido com uma demissão como a de Roberto Castello Branco, da Petrobras. Por isso, julgou que seria melhor se antecipar para evitar turbulências no BB e, também, para preservar a imagem de um executivo técnico, que o fez construir uma carreira consolidada no mercado financeiro.
Cotados
Entre
os nomes cotados para assumir a presidência do Banco do Brasil na saída de
Brandão estão Paulo Henrique Costa, atual presidente do Banco de Brasília
(BRB); Antônio Barreto, secretário-executivo do Ministério da Cidadania, que é
considerado um dos melhores técnicos da Esplanada por assessores palacianos;
Gustavo Montezano, presidente do BNDES e amigo dos filhos de Bolsonaro; e Mauro
Ribeiro Neto, vice-presidente Corporativo do BB, que já chegou a ser cotado
para assumir a presidência do BB quando Rubem Novaes pediu demissão, por ser
jovem, mas bem preparado, como queria a equipe econômica.
No Ceará
O sindicato do Ceará informou
que a reestruturação da instituição fechará as seguintes oito agências no
Estado: Santana do Cariri, Juaci
Sampaio/Caucaia, Aerolândia (Fortaleza), Empresa Parquelândia (Fortaleza), Av.
Barão de Studart (Fortaleza), Alto Santo, São João do Jaguaribe e Itaiçaba. Além disso, as agências de Orós, Cambeba (Fortaleza), Aiuaba, Catarina e
Irauçuba irão virar postos de
atendimento.
Apesar do pronunciamento, o BB não
deu retorno sobre quais agências serão fechadas no Ceará, quantas viram postos
de atendimento, quantos funcionários perderam gratificação e quantos aderiram
aos programas de demissão da instituição, além de quantos caixas foram
reduzidos no Estado.
Por: Inova News/CB
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