O nome da operação faz referência à analogia feita entre a simulação desproporcional dos gastos previstos no contrato e o material adquirido nessa contratação, no caso, as máscaras de proteção contra Covid-19.
O Ministério Público do Estado do
Ceará (MPCE), por meio do Grupo Especial de Combate à Corrupção
(Gecoc), deflagrou, na manhã desta terça-feira (23/08), a operação
“Mascarados”, que investiga supostas fraudes em contrato de compra de materiais
e contratação de serviços para o enfrentamento da pandemia de Covid-19 pela
Prefeitura de Russas. Com o apoio da Polícia Civil, foram cumpridos cinco
mandados de busca e apreensão nas cidades de Fortaleza e Pacajus.
A operação cumpriu mandados contra uma
entidade sem fins lucrativos, um ex-secretário de Saúde do Município e
duas empresas de confecção. Os alvos são suspeitos de envolvimento em
crimes de peculato, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e associação
criminosa.
O MPCE investiga a contratação
pela Prefeitura de Russas da referida entidade sem
fins lucrativos, a qual foi responsável por contratar as empresas que
prestam serviço de confecção, também alvos da
operação. O contrato com a entidade teve valor
superior a R$ 3 milhões e referia-se ao enfrentamento da
pandemia de Covid-19, prevendo a compra de máscaras, distribuição de
panfletos, dentre outros serviços. Todavia, a investigação aponta que
teria ocorrido uma ampla simulação de gastos, que não correspondiam aos
materiais entregues e aos serviços prestados. Desse modo, possibilitaram o
repasse e o possível desvio de dinheiro da saúde municipal.
Além da previsão de gastos excessivos e
desproporcionais, apurou-se a realização de transações financeiras suspeitas
entre parte dos investigados, indicando a suposta intenção de ocultar
os valores desviados dos cofres municipais.
O Ministério Público averiguou ainda
indícios de que a entidade investigada pode ter sido constituída
especialmente para declarar mercadorias e serviços que não correspondem à
realidade e, assim, viabilizar o superfaturamento na execução de contrato com a
Prefeitura, gerando prejuízo aos cofres públicos e enriquecimento ilícito dos
suspeitos.
Por: Inova News/MPCE
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