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STF derruba tese da 'legítima defesa da honra'

A decisão do Supremo possui repercussão geral e terá impacto em cerca de 80 processos sobre a mesma questão no país.

 

Imagem ilustrativa

Por dez votos a zero, o Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou, na tarde desta terça-feira (1), a derrubada da tese de legítima defesa da honra para justificar a absolvição de condenados por feminicídio no Brasil. Isso impede que o argumento de que o crime foi cometido por razões emocionais seja utilizado pela defesa dos réus em crimes cometidos por homens contra mulheres.

 

A alegação era utilizada em casos de agressões ou feminicídios para justificar as agressões do acusado. O relator, o ministro Dias Toffoli, manteve o entendimento de que a tese é inconstitucional, pois contraria os princípios da dignidade da pessoa humana, da proteção à vida e da igualdade de gênero.




 

O entendimento do relator, seguido pelos ministros André Mendonça, Nunes Marques, Alexandre de Moraes, Roberto Barroso e Edson Fachin, exclui a legítima defesa da honra do rol de argumentos abrigados pela “legítima defesa”.

 

De acordo com a ministra Cármen Lúcia, a decisão do STF põe fim ao argumento que garantiu a impunidade de homens que matam mulheres por elas quererem ser o que são. “Estamos retirando em boa hora a morte provocada por homem que sai sem pena alguma. É isso que a tese da legítima defesa da honra trazi”, disse. “[A derrubada dessa tese] É mais do que uma questão jurídica, é uma questão de humanidade”, completou.

A ministra Rosa Weber seguiu o entendimento da maioria. Para ela, a tese não é compatível com uma sociedade livre e democrática.

 

Os ministros analisaram uma ação apresentada pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT). Na ação, o partido argumentou que, com base na interpretação do Código Penal e do Código de Processo Penal, tribunais do júri têm aplicado a tese e absolvido feminicidas.



Sete mulheres morrem a cada hora

 

Um estudo publicado pela Rede de Observatórios da Segurança mostra que 2.423 registros de violência contra a mulher foram feitos no último ano. Ou seja, a cada quatro horas, ao menos uma mulher foi vítima de violência, de acordo com o documento, divulgado em março, na Semana da Mulher.

Segundo o boletim “Elas vivem: dados que não se calam”, foram 495 casos de feminicídio.





A terceira edição do documento apresenta o monitoramento de sete estados: BA, CE, PE, SP, RJ e, pela primeira vez, MA e PI. Entre os casos registrados, 495 são feminicídios, ou seja, uma mulher morre por
ser mulher a cada dia.

 

      Por: Inova News      

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