A eleição na Venezuela terminou com troca de acusações e resultado incerto.
Ditador da Venezuela, Nicolás Maduro Foto: Fernando Vergara/AP
Na madrugada desta segunda-feira (29/7), o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela divulgou que o presidente Nicolás Maduro foi reeleito. A oposição nega a vitória do chavista e garante que o candidato Edmundo González venceu o pleito com pelo menos 70% do votos.
O grupo anti-Maduro denunciou
irregularidades no processo eleitoral. Eles alegaram ter dificuldade de
acesso às atas impressas das zonas eleitorais, conseguindo reunir apenas 40%
dos documentos ao redor do país.
Logo após o resultado, Maduro fez o
seu primeiro discurso como presidente reeleito. Em sua fala Maduro culpou
agentes internacionais pelo que classificou como um “ataque massivo” contra o
sistema eleitoral venezuelano.
“Já sabemos de que país veio”, disse o líder chavista sem apresentar provas.
Resultado
O presidente do CNE, Elvis Amoroso,
informou por volta da 1h20 do horário de Brasília que 80% das urnas tinham sido
apuradas, mas que esse resultado parcial era irreversível, dando vitória a
Maduro. A participação do eleitorado teria sido de 59%.
Segundo o CNE, Maduro teve 5.150.092
votos, o que representa 51,2% do total apurado. Já Gonzáles conquistou
4.445.978 votos, o que equivale a 44,2%, de acordo com o Conselho Nacional
Eleitoral.
Ainda durante a divulgação dos dados
eleitorais, o representante do CNE informou que houve um ataque ao sistema de
transmissão de dados que atrasou a contagem dos votos. Ele chamou esses atos de
terrorismo e disse que serão investigados, mas sem entrar em detalhes.
Oposição questiona resultado
A líder da oposição, María Corina
Machado, contestou o resultado divulgado pelo órgão eleitoral da Venezuela.
Ela assegurou que o candidato da
Plataforma Unitária Democrática (PUD) venceu o pleito com cerca de 70% dos
votos. A líder pediu que fiscais continuem exigindo as atas impressas nas zonas
eleitorais do país.
“Queremos uma Venezuela livre, nossa
luta continua”, disse Machado durante coletiva de imprensa nesta segunda-feira
(29/7).
Comunidade internacional pede
transparência
Minutos após a divulgação do
resultado, algumas lideranças usaram as redes sociais para se pronunciar sobre
a reeleição de Maduro, que voltou a cobrar que nenhum país interfira nos
assuntos internos da Venezuela.
O presidente do Chile, Gabriel Boric,
disse que o resultado da votação é difícil de acreditar e exigiu transparência.
“Do Chile não reconheceremos nenhum
resultado que não seja verificável”, escreveu no X, antigo Twitter.
Luis Lacalle Pou chamou a reeleição
de Maduro de “um segredo aberto” e também disse que não pretende reconhecer o
resultado.
“Assim não! Foi um segredo aberto. Eles iriam ‘vencer’
independentemente dos resultados reais”, disse o presidente do Uruguai. “O
processo até o dia das eleições e a contagem foram claramente falhos. Não se
pode reconhecer um triunfo se não confiarmos na forma e nos mecanismos utilizados
para alcançá-los”, frisou.
Já
o presidente da Colômbia, Iván Duque, chamou a vitória do líder chavista de
“roubo consumado”.
“O
roubo foi consumado: o tirano Nicolás Maduro cometeu fraude eleitoral para se
perpetuar no poder, ignorando o apoio massivo do povo venezuelano à heroica
resistência democrática liderada por María Corina Machado e Edmundo González”,
escreveu no X.
Por: Inova News
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