“As novas mudanças relativas ao pix devem ser responsáveis por consolidá-lo como a principal modalidade de pagamento no Brasil”, diz especialistas.
A partir de 28 de
fevereiro de 2025, será possível realizar transações via pix por aproximação,
conforme anunciado pelo Banco Central nesta quinta-feira (4).
O BC e o Conselho
Monetário Nacional (CMN) introduziram novas regulamentações para expandir o
open finance, que inclui o compartilhamento de dados entre instituições
financeiras. O economista e conselheiro federal do Conselho Federal de Economia
(Cofecon) Eduardo Reis explica que o pix por aproximação deve funcionar
semelhante à modalidade de pagamento que as pessoas já usam com as carteiras
digitais, chamadas de wallets.
"Você
consegue fazer o cadastramento atualmente, seja do cartão de crédito ou do
cartão de débito. Agora, com essa opção de você fazer o cadastramento do pix,
as pessoas vão conseguir fazer o pagamento de uma forma mais ágil, através da
aproximação do celular nesses equipamentos de pagamento, sem a necessidade de
ter que ficar utilizando o QR Code ou de ter que abrir o aplicativo do banco, o
que muitas vezes cria uma dificuldade", explica.
O economista
aponta que os clientes não irão precisar sair do ambiente de compras on-line
para realizar o pagamento por pix. "Por exemplo, você vai fazer uma compra
de uma passagem aérea uma companhia aérea. Ao invés de deixar cadastrado o
número do cartão de crédito, você passa a deixar cadastrado o número da sua
chave pix, E deve ter um sistema de autorização, mas ainda não temos os
detalhes", explica.
Para Eduardo
Reis, as novas mudanças relativas ao pix devem ser responsáveis por
consolidá-lo como a principal modalidade de pagamento no Brasil. Ele afirma que
isso tem um efeito positivo na economia, pensando na redução dos custos de
transação ao utilizar máquinas de pagamentos para cartões, que podem cobrar
tarifas. O pix tem a vantagem de reduzir esses custos, favorecendo o preço das
mercadorias para os clientes.
O economista
ainda destaca que conforme os pagamentos em pix crescem, favorecem a
disciplina e o controle financeiro das famílias. "Sabemos que hoje o
uso de cartão de crédito é um dos principais motores do endividamento no país,
porque muitas pessoas não conseguem ter controle dessas compras que são feitas
a prazo", completa.
Segurança
A advogada Renata
Nicodemos, presidente da Comissão de Sociedade de Advogados (CSA), explica que
o pix por aproximação vai contar com uma tecnologia avançada de criptografia e
autenticação, para garantir que as transações sejam realizadas de maneira
segura, assim como acontece com outras formas de pagamento.
"A
possibilidade de realizar pagamentos para aproximação com o pix facilita ainda
mais a experiência do usuário, mas é importante ter alguns cuidados para evitar
golpes. Então, ao realizar um pagamento por aproximação, certifique-se de que o
dispositivo está próximo do terminal de pagamento e que não há outros
dispositivos suspeitos nas proximidades que possam tentar interceptar essa
transação, para evitar pagamentos acidentais ou não autorizados", alerta.
Ela recomenda
desativar a função de pagamentos por aproximação quando não estiver utilizando
e verificar regularmente o histórico das transações bancárias para identificar
qualquer atividade suspeita, além de utilizar autenticação de dois fatores nas
contas bancárias e aplicativos de finanças.
Confira o cronograma anunciado pelo BC:
- 31 de julho de 2024:
regulamentação específica para a Jornada de Pagamentos Sem
Redirecionamento (JSR), nome formal do Pix por aproximação;
- 14 de novembro de
2024: início dos testes pelas instituições financeiras, para garantir a
segurança da funcionalidade;
- 28 de fevereiro de
2025: Lançamento do produto para a população.
Conforme as novas
regras, as instituições financeiras que possuem mais de 5 milhões de clientes,
seja individualmente ou em conglomerados, terão a obrigação de adotar o open finance.
De acordo com
informações do BC, essa alteração aumentará de 75% para 95% a quantidade de
clientes que poderão escolher compartilhar seus dados entre diferentes
instituições. Os clientes que utilizam carteiras digitais deverão se cadastrar
em uma instituição participante do open
finance e autorizar a utilização das funcionalidades do pix em suas
carteiras digitais.
Por: Inova News/Brasil 61
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