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Em entrevista Barroso explica sobre possibilidade da reversão de inelegibilidade de Bolsonaro

Barroso também mencionou as hipóteses de um "acordão" político que pudesse beneficiar Bolsonaro.

Rosinei Coutinho/SCO/STF


Em entrevista concedida à coluna, do jornalista Guilherme Amado (Metrópoles), o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, discutiu as possíveis reviravoltas em relação à inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro, imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2023 além de comentar sobre a possibilidade de um eventual indulto ao ex-presidente.

Barroso também mencionou as hipóteses de um "acordão" político que pudesse beneficiar Bolsonaro, embora tenha ressaltado as limitações legais e institucionais



Durante a entrevista, Barroso destacou que, caso a decisão do TSE já tenha transitado em julgada, apenas uma intervenção legislativa poderia alterar a situação.

Não tenho certeza se a matéria está sendo discutida no Supremo, pelo menos nunca foi liberada para algum relator para julgamento. Não sei se haverá pronunciamento do Supremo. Sobre a possibilidade de haver, não posso comentar. Se transitou em julgado, só uma eventual medida de natureza legislativa poderia alterar esse quadro. E aí já não me cabe mais opinar”, disse.





A defesa de Jair Bolsonaro interpôs recurso ao STF em dezembro de 2023 na tentativa de reversão da inelegibilidade. O recurso foi inicialmente distribuído ao ministro Cristiano Zanin, que se declarou impedido de atuar no caso. Posteriormente, o processo foi redistribuído ao ministro Luiz Fux.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) já se manifestou contrário ao recurso, impetrado pela defesa

Quanto à possibilidade de um indulto presidencial, Barroso foi enfático ao esclarecer que o indulto, geralmente, se aplica a condenações criminais, enquanto a inelegibilidade decretada pelo TSE tem caráter administrativo.

“Não faz parte do ‘cardápio’ do indulto penas que não sejam de natureza criminal. A menos que sejam acessórias, eventualmente, de uma condenação criminal. Em tese, se poderia discutir uma anistia, mas acho que não seria o caso de indulto. Porque o indulto é um ato do presidente, a anistia é um ato do Congresso”, afirmou.

Além de abordar essas questões jurídicas, Barroso também expressou suas opiniões sobre a situação da Venezuela, que foi classificada como “um desastre humanitário de grandes proporções”.



O ministro também comentou sobre a necessidade das plataformas de redes sociais respeitarem as decisões judiciais brasileiras, sob o risco de terem suas atividades suspensas no país. Ele ressaltou a importância de uma regulamentação eficaz das redes sociais, considerando o impacto significativo que essas plataformas têm na democracia e na divulgação de informações.

A entrevista, concedida na noite do último domingo (18/8), ocorreu durante o lançamento de seu novo livro, no qual Barroso explora temas relacionados ao Direito Constitucional e às mudanças políticas no Brasil.

      Por: Inova News      

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