“Presidente brasileiro desrespeita cidadãos que põem em risco a própria vida para enfrentar regime de Maduro”
Para jornais, Lula normaliza fraude eleitoral | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Os
jornais Folha
de S.Paulo e O
Estado de S. Paulo em seus editoriais desta quinta-feira, 1º, destacam
a fala do presidente Lula ao dizer que “não há nada de anormal acontecendo na
Venezuela” depois da “vitória” do ditador-companheiro Nicolás Maduro. Segundo os editoriais, o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) desrespeita os venezuelanos que lutam contra o regime
e normaliza a fraude nas eleições.
Para o Estadão, o
comportamento de Lula é uma vergonha para o Brasil e para os brasileiros que
prezam pela democracia e pelos direitos humanos, independente de suas
afinidades político-ideológicas.
“Com um cinismo incomum até para os
padrões lulopetistas, o presidente da República tratou a eleição no país
vizinho como um pleito justo, no qual ‘as pessoas que não concordam’ com o
resultado podem recorrer à Justiça e ‘o governo tenha o direito de provar que
está certo'”, diz a publicação.
“A falsa isonomia de Lula é de uma
crueldade repulsiva com todos os que ousam enfrentar o regime chavista, pois o
petista sabe muito bem que ‘Justiça’ na Venezuela tem nome e sobrenome: Nicolás
Maduro”, acrescenta o jornal.
Enquanto isso, a única instituição
independente que pôde atuar como observadora do pleito, o Centro Carter,
concluiu que a eleição na Venezuela “não atendeu aos padrões internacionais
de integridade eleitoral em nenhum de seus estágios e violou numerosas
determinações de sua própria legislação nacional”, razões pelas quais “não
pode ser considerada democrática”.
Além disso, o ditador pôs as forças do Estado e as milícias contra os
seus concidadãos que ousam contestar a ditadura chavista. Apenas 72 horas
depois da “diplomação” de Maduro, as mortes de opositores já somam dezenas na
Venezuela, sem contar as centenas de sequestros e prisões arbitrárias.
Mas nada disso é “grave” o bastante ou “anormal” para Lula.
“Para o petista, enquanto a
Venezuela do ditador Maduro é um país plenamente democrático, o Brasil que
afastou a presidente Dilma Rousseff num processo previsto na Constituição e
amplamente corroborado por instituições livres e soberanas testemunhou um
‘golpe'”,
diz o Estadão.
Já a Folha avalia que a reação de Lula ao resultado do
pleito foi de um “cinismo vil e cúmplice”.
Para a publicação, o presidente brasileiro evoca sua tristemente célebre
observação do ano passado sobre a guerra da Ucrânia, ao nivelar a Rússia
invasora e o país invadido — “Quando um não quer, dois não brigam”, disse Lula
à época.
Por: Inova News/Oeste
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