Dólar chega a R$ 6,20 após ata do Copom indicar variações das expectativas de inflação

É o quarto dia útil consecutivo em que o Banco Central injeta dólares no mercado para tentar reduzir as cotações, mas sem ter sucesso; todo o lote de US$ 1.272 milhões já foi vendido


Nesta terça-feira (17), o dólar atingiu o patamar de R$ 6,20, refletindo o aumento do pessimismo no mercado financeiro brasileiro. A alta ocorrência após a divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que sinalizou uma instabilidade nas expectativas de inflação e um crescimento da atividade econômica em desacordo com a atual política monetária contracionista.

O Banco Central, por meio do Copom, destacou que houve uma piora adicional no cenário inflacionário, agravado pela desvalorização cambial e por um mercado de trabalho aquecido. As expectativas de inflação para 2024 foram elevadas para 4,9%, ultrapassando o teto da meta, e para 2025, subiram para 4,5%. Para o segundo trimestre de 2026, a projeção de inflação foi revisada de 3,6% para 4%. O Copom ressaltou que a desancoragem das expectativas de inflação e a pressão sobre os preços tornam o cenário desafiador, exigindo medidas mais rigorosas.




Antes mesmo da divulgação da ata, o mercado já demonstrava pessimismo nas semanas anteriores. Na segunda-feira (16), o dólar fechou em alta de 0,99%, cotado a R$ 6,0942, estabelecendo um novo recorde nominal. Nesta terça-feira, a moeda norte-americana continuou sua trajetória de alta, atingindo R$ 6,20, apesar das intervenções do Banco Central, que realizou leilões de venda de dólares para conter a valorização.

O Banco Central enfatizou a necessidade de harmonia entre as políticas fiscais e monetárias. O Copom reforçou que medidas fiscais que não conseguem atenuar o aumento do gasto público excluem juros mais altos para conter a demanda e controlar a inflação. As políticas devem ser previsíveis, críveis e anticíclicas, destacadas o documento.

A continuidade da alta do dólar e o controle das expectativas de inflação aumentam a pressão sobre o Banco Central para intensificar os juros, movimentar a inflação e estabilizar a economia. O mercado aguarda as próximas decisões do Copom e as medidas fiscais do governo para avaliar os rumores da política econômica brasileira.

      Por: Inova News      

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