A
alta do dólar reflete as incertezas fiscais do governo Lula. Investidores
nacionais e internacionais estão apreensivos com a percepção de um risco
crescente por parte do mercado financeiro.
Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino
O dólar
norte-americano segue em alta expressiva no mercado brasileiro, abrindo o
pregão desta segunda-feira (2) acima de R$ 6,00 e atingindo R$ 6,04 por volta
das 9h10, marcando uma nova máxima. A valorização da moeda norte-americana é
reflexo direto das incertezas fiscais no governo do presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, além de fatores técnicos e a percepção de risco crescente por parte
do mercado financeiro.
As
preocupações com a condução fiscal foram alimentadas pela demora na
apresentação de um pacote robusto de ajuste orçamentário. O anúncio de medidas
como cortes de gastos previstos para os próximos anos, aliados à proposta de
imposto de renda liberado para quem ganha até R$ 5 mil, gerou ceticismo. Essas
ações, segundo especialistas, sinalizam uma gestão orçamentária que pode
ampliar o déficit público, ou que eleva a percepção de risco do Brasil aos
olhos dos investidores nacionais e internacionais.
Outro fator
relevante foi a busca por ativos de proteção, intensificada pela rolagem de
contratos futuros e pela disputa na formação da última taxa Ptax do mês, que
pressionaram ainda mais a moeda norte-americana no mercado local. No entanto,
declarações de líderes políticos como o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco,
e o presidente da Câmara, Arthur Lira, destacando o compromisso com a
responsabilidade fiscal, trouxeram alguns problemas pontuais, ainda que
insuficientes para uma revisão significativa na cotação.
Além disso,
o cenário global contribui para a volatilidade. Embora o dólar tenha mostrado
sinais de enfraquecimento no exterior, a combinação de encargos fiscais
domésticos e a fragilidade do real resultaram em uma escalada que já acumula
quase 7% de alta apenas nos últimos dois meses.
Os impactos
dessa valorização do dólar são sentidos em diversos setores, desde o
encarecimento de importações até os efeitos sobre a inflação, destacando a
necessidade de ações mais concretas e transparentes do governo para recuperar a
confiança do mercado.
Por: Inova News
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