Segundo fontes a ex-deputada foi "sequestrada" pelo regime de Nicolás Maduro depois que tiros foram disparados contra a motocicleta que a levava
María Corina durante ato contra Maduro (Reprodução X) |
A líder da oposição venezuelana María Corina Machado foi presa nesta quinta-feira (09/01), durante uma manifestação contra o governo de Nicolás Maduro em Caracas, a poucas horas da cerimônia de posse do presidente para mais um mandato. A detenção, que gerou respostas imediatas de líderes internacionais e organizações de direitos humanos, intensifica a crise política no país, já profundamente marcada por
instabilidade e repressão.
Testemunhas disseram que forças da polícia e da Guarda
Nacional Bolivariana cercaram os manifestantes e utilizaram gás lacrimogêneo
para dispersar o protesto. Em meio ao caos, a líder foi detida e levada para um
local ainda desconhecido.
"Estávamos exercendo o nosso direito constitucional de
protestar pacificamente quando fomos atacados. María Corina foi levada à força,
e até agora não temos informações sobre seu estado ou seu paradeiro",
afirmou um membro de sua equipe política.
A prisão de Maria Corina ocorre em um momento crítico, com o
país profundamente dividido. Nicolás Maduro, que pretende assumir o cargo
novamente nesta sexta-feira (10/01), é acusado de usar instituições estatais
para silenciar adversários e consolidar seu poder. Apesar das análises
internacionais e do controle econômico, o presidente mantém o apoio de setores
estratégicos, como as Forças Armadas e aliados internacionais, como Rússia,
China e Irã.
Repercussão Internacional
A comunidade internacional reagiu com rapidez à prisão. Os Estados Unidos, a
União Europeia e várias ONG, incluindo a Human Rights Watch e a Anistia
Internacional, condenaram o ato. “A detenção de María Corina Machado é uma
afronta aos princípios democráticos e um exemplo claro da repressão brutal
contra opositores na Venezuela”, declarou Josep Borrell, chefe da
diplomacia europeia.
No X, Edmundo González, que afirmar ter ganhados às eleições
venezuelanas, exigiu a liberação da opositora. "Como
presidente eleito, exijo a libertação imediata de María Corina Machado. Às
forças de segurança que a sequestraram eu digo: não brinquem com fogo".
Antes, o político havia divulgado que a mulher estava nas ruas de Caracas e
acrescentou: "Glória às pessoas corajosas!".
Já líderes de países aliados de Maduro minimizaram o ocorrido.
“O governo venezuelano está apenas assegurando a ordem pública”,
declarou o embaixador cubano em Caracas.
O futuro e o dilema venezuelano
Analistas avaliam que a prisão de María Corina Machado pode representar um duro
golpe para a oposição, mas também tem o potencial de fortalecer os movimentos
antigovernamentais, especialmente em um momento crítico em que Nicolás Maduro
busca legitimar sua permanência no poder.
Enquanto a cerimônia de posse de Maduro é organizada sob
intensas medidas de segurança, surgem questionamentos sobre o alcance da
repressão governamental e os próximos passos do regime diante da crescente
pressão interna e internacional.
Para muitos venezuelanos, a detenção de Corina Machado
tornou-se um símbolo de agravamento de uma crise política e social que parece
estar longe de um estágio final.
Por: Inova News
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