Organizações não governamentais e comunidades locais intensificaram as críticas às ações governamentais e exigiram maior rigor no combate às queimadas
Fotomontagem: Internet / Agência Brasil
Em 2024, o Brasil gerou um aumento alarmante de 79% nas áreas
atingidas por queimadas em comparação ao ano anterior, segundos dados
divulgados pelo Monitor do Fogo , ferramenta do MapBiomas. O
levantamento aponta que 30,8 milhões de hectares foram consumidos pelas chamas,
uma extensão territorial maior que a Itália, agravando ainda mais a crise
ambiental no país.
O dado mais preocupante é que 73% da área devastada
corresponde a vegetação nativa, com 25% das perdas representando formações
florestais. O impacto sobre áreas naturais levanta questionamentos sobre a
eficácia das políticas ambientais no segundo ano do governo do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva.
Os números da devastação
De acordo com o levantamento, as queimadas se concentraram em
biomas de alta biodiversidade, como o Cerrado, a Amazônia e o Pantanal.
Especialistas apontam que o desmatamento desenfreado e práticas agrícolas
predatórias agravam a propagação de incêndios. “O Brasil está perdendo um
patrimônio natural rendansurável, o que afeta diretamente a regulação climática
global e os modos de vida de comunidades indígenas e tradicionais”, afirma
Carolina Almeida, pesquisadora de conservação ambiental.
Políticas ambientais sob escrutínio
O aumento das queimadas acontece apesar dos compromissos
ambientais anunciados pelo governo Lula, que prometeu priorizar a proteção
ambiental e a redução do desmatamento durante sua campanha eleitoral. Em 2023,
o governo conseguiu reduzir os índices de desmatamento em algumas regiões, mas
a alta das queimadas no ano seguinte evidencia desafios estruturais e pressão
de setores econômicos.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, comentou os dados,
afirmando que o governo está intensificando as operações de fiscalização e
reavaliando estratégias para combater incêndios criminosos. “A situação é
grave, mas estamos trabalhando para ampliar as áreas de proteção e
responsabilizar quem comete crimes ambientais”, disse em coletiva de
imprensa.
Impactos ecológicos e econômicos
Além dos danos ambientais, as queimadas têm consequências
econômicas significativas, como prejuízos à agricultura, à pecuária e ao
turismo em áreas afetadas. Eles também agravaram a crise climática global,
contribuindo para emissões significativas de gases de efeito estufa.
O aumento da devastação natural ameaça comprometer os
compromissos internacionais reforçados pelo Brasil no Acordo de Paris, além de
melhorar a imagem do país em negociações comerciais com blocos como a União
Europeia, que exigem garantias ambientais em acordos bilaterais.
Mobilização da sociedade civil
Organizações não governamentais e comunidades locais
intensificaram as críticas às ações governamentais e exigiram maior rigor no
combate às queimadas. Os ativistas também cobram o aumento do orçamento
destinado ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama) e à Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).
O cenário exige respostas urgentes para evitar que a
destruição avance ainda mais em 2025. “Proteger nossas florestas é uma
questão de sobrevivência, não apenas para o Brasil, mas para o planeta”,
conclui a ambientalista Carolina Almeida.
Por: Inova News
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