Inflação de 2024 no Brasil fecha em 4,83%, acima da meta: Banco Central terá que explicar descumprimento

As carnes, alvo nas campanhas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), registraram impacto significativo de 0,52 ponto percentual na inflação de 2024.

Imagem ilustrativa/Reprodução

O Brasil encerrou 2024 com uma inflação acumulada de 4,83%, segundos dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (9). A taxa, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), superou tanto o teto da meta de inflação, previsto em 3%, quanto o limite superior de tolerância, que é de 4,5%.

Com o resultado, o Banco Central (BC) será obrigado a publicar uma carta aberta ao Ministério da Fazenda, liderada pelo ministro Fernando Haddad, explicando as razões para o descumprimento da meta. Essa medida é prevista no regime de metas de inflação adotado pelo Brasil desde 1999, que exige justificativas sempre que os índices oficiais ultrapassam os limites estabelecidos.


O que explica o desvio da meta?

Embora o relatório oficial do BC ainda não tenha sido publicado, os economistas apontam alguns fatores que podem ter contribuído para o desvio inflacionário.

O resultado de 2024 foi influenciado principalmente pelo grupo de alimentação e bebidas, que subiu 7,69% no ano e impactou o IPCA em 1,63 ponto percentual. A alimentação no domicílio subiu 8,23%, com encarecimento das carnes (20,84%), do café moído (39,60%), do leite longa vida (18,83%) e das frutas (12,12%).

Alvo de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), as carnes tiveram um impacto de 0,52 ponto percentual na inflação em 2024.

O 2º grupo que mais elevou a inflação do Brasil no ano passado foi o de saúde e cuidados pessoais, com alta de 6,09% e impacto de 0,81 ponto percentual. Os planos de saúde (7,87%), os produtos farmacêuticos, inclusive medicamentos (5,95%) e os itens de higiene pessoal (4,22%) são os destaques.

A resposta do Banco Central

Na carta que será enviada ao Ministério da Fazenda, o BC terá que detalhar os motivos do descumprimento, apresentar um diagnóstico da conjuntura econômica e indicar as medidas que serão impostas para trazer a inflação de volta ao centro da meta em 2025.

Impactos na economia

O índice de inflação acima do esperado afeta diretamente a vida dos brasileiros, diminuindo o poder de compra das famílias e elevando o custo do crédito. Produtos e serviços essenciais, como alimentação, saúde e transporte, foram os que mais pesaram no bolso dos consumidores no último ano.

Por outro lado, o descumprimento da meta pode gerar incertezas no mercado financeiro, elevando a volatilidade do câmbio e dificultando a atração de investimentos estrangeiros.

O que esperar até 2025?

O governo federal e o Banco Central terão que alinhar estratégias mais eficazes para garantir que a inflação volte aos patamares esperados. O desafio, entretanto, será equilibrar o crescimento econômico com a redução da inflação sem causar impacto significativo no nível de emprego e renda.

Com o anúncio do IBGE e a iminente publicação da carta do BC, os olhos do mercado e da sociedade estarão atentos às próximas decisões de política monetária e fiscal.

      Por: Inova News      


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