Lula veta integralmente projeto que classifica diabetes tipo 1 como deficiência

A medida poderia ampliar o suporte necessário para os pacientes e reduzir desigualdades no acesso ao tratamento

(crédito: Mauro Pimentel/AFP)

Na manhã desta segunda-feira (13 de janeiro), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vetou integralmente o Projeto de Lei (PL) que prevê a classificação do diabetes mellitus tipo 1 como uma deficiência. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) e gerou repercussões entre especialistas, associações de pacientes e a sociedade civil.

O Projeto de Lei e sua proposta

O PL em questão tinha como objetivo considerar o diabetes tipo 1 como uma deficiência, o que garantiria aos portadores de direitos previstos na Lei Brasileira de Inclusão (LBI), como acesso aos benefícios trabalhistas, previdenciários e educacionais. A proposta foi defendida como uma forma de facilitar o dia a dia de pessoas com diabetes tipo 1, que enfrenta desafios significativos para gerenciar a doença, como acesso a medicamentos, dispositivos de monitoramento e suporte psicológico.

Justificativa do veto

De acordo com a mensagem publicada no DOU, o veto foi embasado em pareceres técnicos do Ministério da Saúde e do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. A justificativa apontada é que a inclusão do diabetes tipo 1 no rol de deficiências não seria afetada, uma vez que a condição, embora crônica e complexa, não se enquadrasse nos critérios estabelecidos para caracterizar deficiência segundo a legislação atual.

Além disso, o governo destacou que a decisão foi tomada considerando a necessidade de manter a coerência nas políticas públicas de saúde e inclusão, evitando possíveis distorções no acesso a benefícios sociais e recursos destinados às pessoas com deficiência.

Reações da sociedade

A decisão gerou reações divididas. Entidades como a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) lamentaram o veto, argumentando que a medida poderia ampliar o suporte necessário para os pacientes e reduzir desigualdades no acesso ao tratamento. Pacientes e ativistas também expressaram preocupação, afirmando que o veto ignora as dificuldades enfrentadas pelos portadores da condição.

Por outro lado, especialistas em saúde pública defendem o posicionamento do governo, ressaltando a importância de desenvolver políticas específicas para o diabetes sem recorrer à sua classificação como deficiência. Segundo eles, a prioridade deve ser fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS) para garantir o acesso universal a tratamentos de ponta, como bombas de insulina, monitores contínuos de glicose e medicamentos inovadores.

Passos seguintes

Com o veto presidencial, o PL retorna ao Congresso Nacional, onde os parlamentares podem optar por derrubá-lo ou mantê-lo. Para que o veto seja derrubado, é necessária maioria absoluta nas duas Casas Legislativas (Câmara dos Deputados e Senado).

O debate em torno do tema evidencia a urgência de ampliar o diálogo entre governo, especialistas e a sociedade para garantir o cuidado integral e o respeito aos direitos das pessoas com diabetes tipo 1.

      Por: Inova News      



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