O foco das investigações é o deputado José Guimarães (PT-CE), líder do governo Lula na Câmara dos Deputados.
A Polícia Federal (PF) investiga um esquema de desvio de
recursos públicos que envolve políticos e empresários no Ceará. De acordo com
informações divulgadas, áudios de mensagens via WhatsApp obtidos durante uma
investigação revelam discutir que sugerem irregularidades relacionadas a
emendas parlamentares previstas à saúde no município de Choró, no sertão
cearense.
O foco das investigações é o deputado José Guimarães
(PT-CE), líder do governo Lula na Câmara dos Deputados. Segundo a PF, as
conversas indicam a possível utilização de emendas de comissão para fins
ilegais, em benefício de interesses privados.
Segundo a Piauí,
as conversas foram encontradas no celular de Carlos Alberto Queiroz Pereira,
o Bebeto Queiroz (PSB), prefeito eleito de Choró que está
foragido e foi impedido de tomar posse na quarta-feira, 1º.
Os áudios
Os áudios revelam diálogos entre políticos e empresários sobre
a destinação dos recursos. Conforme interpretação da PF, as mensagens tratam de
estratégias para desviar verbas públicas, prejudicando diretamente o
financiamento da saúde no município.
Nos áudios, o prefeito foragido discutia o desvio de verba
com Carlos Douglas Almeida Leandro, empresário preso no início de
dezembro por participar de um esquema de fraude na locação de veículos pela
prefeitura de Pindoretama (CE).
“Ei, o Ilomar ligou aqui oferecendo a emenda do
Guimarães pra… justamente pro caixa. Aí… qual a tua proposta? Tanto tem a opção
pra saúde como tem pra infraestrutura, pavimentação ou saneamento”, disse o
empresário em mensagem enviada em 13 de setembro de 2024.
Em resposta, Bebeto Queiroz afirmou:
“Eu só quero saúde e amanhã a gente conversa sobre
isso, cara. Veja quanto é que ele tem de saúde… pra inteirar. O Guimarães, tem
que ter a reunião com o Guimarães.”
Dias depois, o prefeito eleito de Choró enviou um áudio
para Adriano Almeida Bezerra, secretário parlamentar do deputado
federal Júnior Mano (PSB), citando o percentual que pretendia
desviar da emenda.
“Ei, meu fi, vou te passar aqui o telefone, o… O
pessoal do Guimarães querem fazer um negócio de um milhão e meio de emenda de
saúde, aí eu quero que meu fi veja aí. Vou mandar eles te ligar, viu. Que aí eu
fico mais… no máximo 12%. Indicação pra Choró. Aí indica agora dia seis de
outubro. Aí já é logo carimbada”, disse Bebeto Queiroz.
“Pronto. Arroxa”, respondeu, por escrito,
Adriano Bezerra.
A investigação aponta que as emendas envolvidas foram
encaminhadas pelo deputado José Guimarães, o que intensifica as suspeitas sobre
sua participação ou, no mínimo, a omissão em relação aos desvios. Guimarães,
que tem histórico político consolidado no Ceará, se tornou figura central no
caso ao volume significativo de recursos sob sua alçada.
O que dizem os envolvidos na denúncia?
A assessoria de José Guimarães disse à Piauí que
desconhece o assessor de Júnior Mano, com quem Bebeto conversou sobre o desvio
da emenda.
Repercussão
A denúncia repercutiu rapidamente em círculos políticos e
midiáticos. O deputado José Guimarães, em nota oficial, afirmou que está à
disposição das autoridades para esclarecimentos e negociar qualquer
envolvimento em irregularidades. “Não compactuo com desvios de recursos
públicos e confio que a investigação esclarecerá os fatos”, declarou.
Já a oposição ao governo federal tem usado o episódio para
reforçar as críticas à gestão do Partido dos Trabalhadores (PT). Parlamentares
oposicionistas pediram celeridade nas investigações e questionaram o modelo de
gestão das emendas parlamentares, alegando que o caso pode ser apenas a
"ponta do iceberg".
Por: Inova News
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