Áudio em que Mauro Cid diz ter sido coagido a delatar foi postado por Bolsonaro nesta quarta-feira (20)

O áudio postado pelo ex-presidente foi de uma gravação vazada em março do ano passado e divulgada pela revista Veja

 

Marcos Oliveira/Agência Senado - 11.07.2023

O ex-presidente Jair Bolsonaro compartilhou nesta quarta-feira, 19 de fevereiro, em suas redes sociais, gravações de áudios divulgados originalmente em março do ano passado. Nos áudios, o tenente-coronel Mauro Cid afirma estar sendo coagido a delatar um suposto plano de tentativa de golpe de Estado.


Veja o vídeo



A divulgação desses áudios ocorre em um momento delicado para Bolsonaro, que recentemente foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) sob a acusação de liderar uma conspiração para reverter o resultado das eleições de 2022, nas quais foi derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva. A denúncia, apresentada pelo procurador-geral Paulo Gonet, inclui acusações de "tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito" e "organização criminosa armada", envolvendo, além de Bolsonaro, outras 33 pessoas, entre ex-ministros e altos oficiais militares.

Em resposta às acusações, Bolsonaro classificou-as como "vagas" e fruto de um "regime autoritário que precisa fabricar inimigos internos". Ele também comparou sua situação à de líderes opositores em países como Venezuela, Cuba e Nicarágua, sugerindo que se trata de uma tática para justificar perseguição e censura.

A defesa de Bolsonaro argumenta que os áudios divulgados reforçam a narrativa de que o ex-presidente e seus aliados estão sendo alvo de coerção para admitir a existência de um plano golpista. No entanto, investigações da Polícia Federal indicam que Bolsonaro teria participado ativamente na elaboração de uma minuta de decreto que visava instaurar um estado de defesa para anular o resultado eleitoral. Relatórios apontam que Bolsonaro teria "enxugado" o texto original da minuta, mantendo apenas a prisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Além disso, mensagens obtidas no celular de Mauro Cid indicam que Bolsonaro estava ciente de planos para envenenar o presidente Lula e assassinar o ministro Alexandre de Moraes, embora tais ações não tenham sido concretizadas.

O cenário político brasileiro permanece tenso, com Bolsonaro buscando apoio no Congresso para evitar possíveis condenações e manter sua elegibilidade para as eleições presidenciais de 2026.

      Por: Inova News      

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