O áudio postado pelo ex-presidente foi de uma gravação vazada em março do ano passado e divulgada pela revista Veja
Marcos Oliveira/Agência Senado - 11.07.2023
O ex-presidente Jair Bolsonaro compartilhou nesta
quarta-feira, 19 de fevereiro, em suas redes sociais, gravações de áudios
divulgados originalmente em março do ano passado. Nos áudios, o tenente-coronel
Mauro Cid afirma estar sendo coagido a delatar um suposto plano de tentativa
de golpe de Estado.
Veja o vídeo
A divulgação desses áudios ocorre em um momento delicado para
Bolsonaro, que recentemente foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República
(PGR) sob a acusação de liderar uma conspiração para reverter o resultado das
eleições de 2022, nas quais foi derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva. A
denúncia, apresentada pelo procurador-geral Paulo Gonet, inclui acusações de
"tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito" e
"organização criminosa armada", envolvendo, além de Bolsonaro, outras
33 pessoas, entre ex-ministros e altos oficiais militares.
Em resposta às acusações, Bolsonaro classificou-as como
"vagas" e fruto de um "regime autoritário que precisa fabricar
inimigos internos". Ele também comparou sua situação à de líderes
opositores em países como Venezuela, Cuba e Nicarágua, sugerindo que se trata
de uma tática para justificar perseguição e censura.
A defesa de Bolsonaro argumenta que os áudios divulgados
reforçam a narrativa de que o ex-presidente e seus aliados estão sendo alvo de
coerção para admitir a existência de um plano golpista. No entanto,
investigações da Polícia Federal indicam que Bolsonaro teria participado
ativamente na elaboração de uma minuta de decreto que visava instaurar um
estado de defesa para anular o resultado eleitoral. Relatórios apontam que
Bolsonaro teria "enxugado" o texto original da minuta, mantendo
apenas a prisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de
Moraes.
Além disso, mensagens obtidas no celular de Mauro Cid indicam
que Bolsonaro estava ciente de planos para envenenar o presidente Lula e
assassinar o ministro Alexandre de Moraes, embora tais ações não tenham sido
concretizadas.
O cenário político brasileiro permanece tenso, com Bolsonaro
buscando apoio no Congresso para evitar possíveis condenações e manter sua
elegibilidade para as eleições presidenciais de 2026.
Por: Inova News
Postar um comentário