Revisão cadastral busca eliminar irregularidades e aprimorar o programa social
Desde que reassumiu a Presidência da República, em janeiro de
2023, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) promoveu uma operação de pente-fino no
Bolsa Família. Como resultado dessa revisão cadastral, o número de
beneficiários do principal programa social do governo federal caiu de 21,6
milhões de famílias em dezembro de 2022 para 20,5 milhões em janeiro de 2025.
Isso representa uma redução de 1,1 milhão de famílias atendidas.
Corte de benefícios visa corrigir fraudes e
garantir justiça social
O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS)
afirma que o objetivo da revisão é identificar e remover cadastros irregulares
para garantir que os recursos sejam destinados a quem realmente precisa. Entre
as principais irregularidades detectadas estão a duplicidade de registros,
renda acima do limite permitido e beneficiários que já não atendem aos
critérios do programa.
Desde o início da revisão, o governo também reforçou a
exigência da atualização do Cadastro Único (CadÚnico), sistema que reúne
informações sobre famílias de baixa renda no Brasil. Segundo o MDS, a falta de
atualização dos dados levou à exclusão de muitos cadastros considerados
inconsistentes.
Impacto social e político da medida
A revisão dos beneficiários do Bolsa Família gerou reações
diferentes. Enquanto o governo defende que uma medida que busca maior
transparência e eficiência na aplicação dos recursos públicos, especialistas e
parlamentares da oposição questionam se a redução pode ter afetado famílias que
ainda precisam do auxílio.
O senador Rogério Marinho (PL-RN), ex-ministro da Cidadania no
governo Bolsonaro, criticou a redução no número de beneficiários, afirmando que
muitas famílias podem ter sido retiradas injustamente. “O governo precisa
garantir que ninguém fique desamparado. Se há cortes, é preciso ter certeza de
que não são famílias que ainda precisam do benefício”, declarou.
Por outro lado, o ministro do Desenvolvimento Social,
Wellington Dias, ressaltou que o governo está ampliando a oferta de programas
complementares para garantir que as famílias tenham oportunidades além do Bolsa
Família. “Nosso foco é fortalecer a rede de proteção social e estimular a
inclusão produtiva, para que as famílias tenham autonomia financeira”,
afirmou.
Bolsa Família em números
O Bolsa Família foi relançado em março de 2023, substituindo o
Auxílio Brasil, criado na gestão Bolsonaro. O programa retomou critérios como o
benefício variável para crianças e adolescentes e o acompanhamento de saúde e
educação das famílias beneficiárias. Atualmente, o valor médio do benefício é
de R$ 600, com acréscimos para famílias com crianças e adolescentes.
Mesmo com a redução de 1,1 milhão de famílias no programa, o
Bolsa Família segue sendo uma das principais políticas de combate à pobreza no
Brasil, atendendo mais de 20 milhões de famílias em todo o país.
Por: Inova News
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