Lewandowski decidiu impor um sigilo de cem anos sobre seu cartão de vacinação

As informações do ministro foram tratadas de forma diferente das do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)

Ricardo Lewandowski (Foto Reprodução)


O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, determinou um sigilo de 100 anos sobre sua carteira de vacinação, decisão que gerou debates sobre transparência e privacidade de autoridades públicas. A medida foi tomada após uma solicitação via Lei de Acesso à Informação (LAI), que foi negada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) com base na Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).

O ouvidor-geral do MJSP, Sergio Gomes Velloso, justificou a negativa afirmando que os dados solicitados são informações pessoais sensíveis relacionadas à saúde do ministro. Lewandowski referendou essa decisão em 10 de fevereiro de 2025. Em nota oficial, o ministro assegurou que sua carteira de vacinação está completa, embora os detalhes permaneçam confidenciais.

Bolsonaro teve o sigilo do seu cartão negado

As informações do ministro foram tratadas de forma diferente das do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que também havia optado por não divulgar os dados presentes em sua caderneta.

A decisão de Lewandowski é comparável à postura adotada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, que também impôs sigilo de 100 anos sobre seu cartão de vacinação durante seu mandato. No entanto, sob a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Controladoria-Geral da União (CGU) determinou a divulgação das informações referentes à vacinação de Bolsonaro, estabelecendo um precedente para futuras solicitações semelhantes.

A imposição de sigilo sobre informações de saúde de figuras públicas levanta questões sobre o equilíbrio entre o direito à privacidade e a necessidade de transparência em assuntos de interesse público. Especialistas em direito e ética pública divergem sobre até que ponto informações pessoais de autoridades devem ser divulgadas, especialmente quando relacionadas a temas de saúde pública.

Este caso destaca a complexidade das interações entre a LAI e a LGPD, e como as interpretações dessas leis podem variar conforme o contexto e as autoridades envolvidas. A discussão sobre a transparência das informações pessoais de agentes públicos continua sendo um tema relevante no cenário político e jurídico brasileiro.

      Por: Inova News      

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