Com o STF de olho em seu passaporte, Eduardo decidiu ficar nos Estados Unidos e se licenciar do mandato na Câmara por quatro meses.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) anunciou nesta
terça-feira (18) que se licenciará de seu mandato na Câmara dos Deputados para
residir nos Estados Unidos, onde se encontra atualmente. Em suas redes sociais,
Eduardo afirmou que a licença será sem remuneração e justificou a decisão como
uma forma de se dedicar integralmente a uma missão internacional.
"Da mesma forma que assumi o mandato parlamentar para
representar minha nação, eu abdico temporariamente dele, para seguir
representando esses irmãos de pátria. Irei me licenciar, sem remuneração, para
que possa me dedicar integralmente e buscar as devidas sanções aos violadores
de direitos humanos", declarou o deputado.
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A decisão surpreendeu muitos no Brasil, especialmente após
Eduardo ter informado previamente que retornaria ao país nesta terça-feira,
após uma temporada de 20 dias nos EUA. Inicialmente, ele era cotado para
assumir a presidência da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, visando
reforçar a argumentação de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de que
seria vítima de perseguição política. Com a escolha de Eduardo em permanecer no
exterior, a liderança da Comissão ficará agora com o deputado Zucco (PL-RS),
atual líder da oposição na Câmara.
Críticas ao Ministro Alexandre de Moraes
Em suas declarações, Eduardo Bolsonaro criticou o ministro do
Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e a Polícia Federal,
referindo-se a esta última como "Gestapo", a polícia secreta da
Alemanha nazista. "Aqui, poderei focar em buscar as justas punições que
Alexandre de Moraes e a sua Gestapo da Polícia Federal merecem",
afirmou.
No início de março, parlamentares do PT solicitaram ao STF a
apreensão do passaporte de Eduardo Bolsonaro, citando suas viagens ao exterior,
onde, segundo eles, ele teria patrocinado retaliações contra o Brasil. Eduardo
alegou que existiria um "jogo combinado" entre o ministro Alexandre
de Moraes, o PT e a Procuradoria Geral da República (PGR), e que a apreensão do
passaporte seria uma tentativa de facilitar sua prisão.
O deputado está nos EUA desde 27 de fevereiro e se ausentou de
um evento organizado por seu pai no Rio de Janeiro no último domingo (16),
voltado à defesa da anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro.
Momento tenso
A decisão de Eduardo Bolsonaro de se licenciar do mandato e
permanecer nos EUA ocorre em um momento de tensão política no Brasil, com
investigações e acusações envolvendo figuras proeminentes do cenário nacional.
Sua permanência no exterior e as declarações contundentes contra membros do
Judiciário brasileiro adicionam um novo capítulo às complexas relações entre os
poderes no país.
Por: Inova News
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