Cirurgia de Bolsonaro dura 12 horas e é concluída com sucesso, diz Michelle

Os médicos afirmaram que o quadro do ex-presidente era delicado pelo número de intervenções médicas pelas quais passou

Reprodução/Instagram/@jairmessiasbolsonaro - 11/4/2025

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passou por uma cirurgia neste domingo (13.abr.2025) para desobstrução intestinal e reconstrução da parede abdominal. O procedimento, que estava inicialmente previsto para durar seis horas, se estendeu por 12 horas e terminou sem complicações, segundo boletim médico.

A informação sobre a conclusão da cirurgia foi divulgada pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro em seu perfil no Instagram, por volta das 21h30. “Cirurgia concluída com sucesso! A Deus, toda honra e toda glória. Estou indo agora para a sala de extubação onde poderei vê-lo“, escreveu.

Pouco depois, a equipe médica responsável divulgou um boletim detalhando o procedimento. Segundo os profissionais, a operação foi de grande porte, mas transcorreu sem intercorrências e sem a necessidade de transfusão de sangue.

“A obstrução intestinal era resultante de uma dobra do intestino delgado que dificultava o trânsito intestinal e que foi desfeita durante o procedimento de liberação das aderências“, informou o documento assinado pelo médico Cláudio Birolini e pelos demais profissionais que participaram da cirurgia: Leandro Echenique, Ricardo Camarinha, Brasil Caiado, Guilherme Meyer e Allisson Barcelos Borges.

Sobre a cirurgia

De acordo com o gastroenterologista Bernardo Martins, a obstrução intestinal é uma interrupção do fluxo normal no trato digestivo que pode ocorrer em qualquer ponto, do intestino delgado ao intestino grosso.

Pacientes com esse quadro podem sentir fortes dores abdominais, náuseas, vômitos e distensão abdominal”, explicou Martins. Ele afirma que o objetivo da cirurgia realizada em Bolsonaro foi justamente explorar a cavidade abdominal para identificar e corrigir possíveis anomalias: “Às vezes não fica claro o que vai ser encontrado no abdômen do paciente. O procedimento tenta resolver as anomalias abdominais que vão ser encontradas.”

A situação do ex-presidente, segundo o especialista, era ainda mais delicada devido ao histórico de múltiplas cirurgias abdominais. Desde o atentado à faca em 2018, Bolsonaro já passou por seis procedimentos relacionados à região.

“Quadros repetidos geram respostas inflamatórias mais agudas. A irritação favorece o aparecimento de novas obstruções”, destacou Martins.

Possíveis causas e riscos

A obstrução intestinal pode ter diversas origens. Segundo os médicos, as causas mecânicas mais comuns incluem hérnias, tumores e aderências — estas últimas são bandas de tecido cicatricial formadas após cirurgias. Já causas não mecânicas podem estar ligadas a distúrbios metabólicos, como alterações nos níveis de sódio, potássio e cálcio, ou ainda à desidratação.

Para o cirurgião do aparelho digestivo João Paulo Carvalho, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, o quadro de Bolsonaro exigia atenção redobrada. “Pode gerar diversas complicações no organismo do paciente, como desidratação e distúrbios hidroeletrolíticos. Além disso, quando não tratada, pode levar à necrose do seguimento intestinal obstruído, ocasionando perfuração intestinal e infecção intraabdominal.”

Carvalho também alertou para outro ponto de preocupação: o enfraquecimento da parede abdominal devido ao alto número de intervenções cirúrgicas. “Isso aumenta as chances de desenvolver uma hérnia incisional”, afirmou.

Histórico complicado

Bolsonaro tem um histórico de complicações intestinais desde que foi atingido por uma facada durante a campanha presidencial de 2018. Desde então, passou por diversas intervenções cirúrgicas relacionadas ao sistema digestivo.

Até o momento, não há previsão oficial para alta hospitalar. A equipe médica deve divulgar novos boletins conforme a evolução do quadro clínico.

      Por: Inova News      

 

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