Federação de esgrima reafirma compromisso com inclusão e diz que não tolerará discriminação; atleta contesta decisão.
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Imagem (Reprodução Redes Sociais) |
A esgrimista Stephanie Turner foi expulsa de um torneio
feminino nos Estados Unidos após se recusar a enfrentar uma oponente
transgênero durante a competição. Na ocasião, ela tirou sua máscara e se
ajoelhou diante de sua oponente. O caso, que ganhou repercussão nas redes
sociais e dividiu opiniões no meio esportivo, reacende o debate sobre a
participação de atletas trans em modalidades femininas.
O episódio aconteceu no último final de semana, durante uma
etapa nacional sancionada pela Federação de Esgrima dos Estados Unidos (USA
Fencing). Turner tomou a decisão na noite anterior ao evento, quando conferiu o
chaveamento e viu que enfrentaria Sullivan, sobre quem já havia lido em uma
reportagem. “Vi que estaria no mesmo grupo que Redmond, então decidi me
ajoelhar”, disse Turner à Fox News, emissora conservadora norte-americana.
Diante da negativa, os organizadores desclassificaram a
esgrimista, citando violação das regras de conduta esportiva.
O que diz a Federação
Em nota oficial divulgada nesta segunda-feira (4), a federação
reafirmou sua decisão e destacou que não tolera discriminação de qualquer
natureza. “A USA Fencing está comprometida com os princípios de inclusão,
respeito e igualdade. A recusa de competir com base na identidade de gênero de
outro atleta é incompatível com nossos valores e políticas”, declarou a
entidade.
Turner, afirmou por meio de seu advogado que sua atitude foi
um “ato de consciência” e que ela agiu “em defesa do esporte feminino”. O
comunicado também alega que a atleta pretende recorrer da decisão e levar o
caso para instâncias superiores.
Ela competiu em quatro lutas antes de enfrentar a atleta
trans. “Sabia o que tinha que fazer porque a USA Fencing [federação
norte-americana de esgrima] não estava ouvindo as objeções das
mulheres em relação à política de elegibilidade de gênero”, afirmou Turner.
“Ajoelhei-me imediatamente naquele momento”, conta. “Olhei
para o árbitro e disse que não poderia fazer aquilo. Sou uma mulher, e isso é
um homem, e este é um torneio feminino. Não vou lutar contra essa pessoa.’”
A rival transgênero, Redmond Sullivan, permaneceu no torneio e
avançou à fase seguinte. Em pronunciamento breve após a partida, agradeceu o
apoio de colegas e disse que espera que o esporte “possa continuar sendo um
espaço seguro para todos”.
A esgrimista Stephanie Turner decidiu não competir contra a atleta transgênero Redmond Sullivan durante um torneio nos Estados Unidos, no último domingo, 30. Na ocasião, ela tirou sua máscara e se ajoelhou diante de sua oponente. pic.twitter.com/JTVkNQI3ts
— Revista Oeste (@revistaoeste) April 5, 2025
Especialistas em direito esportivo e ativistas dos direitos
LGBTQIA+ afirmam que a decisão da federação está alinhada com os padrões
internacionais estabelecidos por entidades como o Comitê Olímpico Internacional
(COI), que prevê a inclusão de atletas trans sob critérios específicos de
elegibilidade.
Ainda assim, o caso acirra os ânimos em um cenário global onde
o equilíbrio entre inclusão e competitividade continua sendo tema de intensos
debates. Enquanto alguns setores defendem regras mais rígidas quanto à
participação de atletas trans em categorias femininas, outros apontam para a
necessidade de combater a transfobia no esporte.
A USA Fencing informou que revisará suas diretrizes de
comunicação e treinamentos internos para reforçar práticas inclusivas e
garantir que casos como este sejam tratados com a seriedade e o respeito que
exigem.
Por: Inova News
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