Projeto de Lei que concede anistia a manifestantes de 8 de janeiro já tem 192 assinaturas

Texto ainda precisa de 65 apoios para tramitar em regime de urgência e ir direto ao plenário da Câmara

Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados


O Projeto de Lei nº 2.858/2022, que propõe conceder anistia aos manifestantes presos em razão dos atos ocorridos em 8 de janeiro de 2023, já conta com 192 assinaturas de deputados federais no requerimento de urgência para votação. Para que a proposta seja levada diretamente ao plenário, sem passar pelas comissões temáticas, são necessárias 257 assinaturas — ou seja, faltam 65 apoios.

De autoria do então deputado federal Major Vitor Hugo (PL-GO), o projeto prevê a concessão de anistia a todos os cidadãos que tenham participado de manifestações em qualquer parte do território nacional entre 30 de outubro de 2022 — data do segundo turno das eleições presidenciais — e a entrada em vigor da futura lei.

Apoio por partidos

Até o momento, o número de assinaturas por partido está distribuído da seguinte forma:

  • PL — 86 (de 92 deputados)
  • PP — 26 (de 49)
  • União Brasil — 24 (de 59)
  • Republicanos — 15 (de 45)
  • MDB — 13 (de 44)
  • PSD — 13 (de 44)
  • Novo — 4 (de 4)
  • Podemos — 4 (de 15)
  • PRD — 2 (de 5)
  • Avante — 2 (de 7)
  • PSDB — 2 (de 14)
  • Cidadania — 1 (de 4)

Argumentos da oposição

Deputados da oposição, principais apoiadores da proposta, argumentam que as prisões decorrentes dos atos de 8 de janeiro foram excessivas e politicamente motivadas. Segundo eles, muitos dos detidos são cidadãos comuns, que foram presos apenas por estarem nas imediações dos protestos, sem qualquer envolvimento com os atos de vandalismo que ocorreram na ocasião.

Eles defendem a anistia como um gesto de pacificação nacional e de respeito ao devido processo legal.

Abrangência da proposta

O texto do PL 2.858/2022 é amplo e inclui a anistia a manifestantes, caminhoneiros, empresários e demais envolvidos — seja de forma física, por apoio logístico ou até mesmo por declarações públicas, comentários e publicações em redes sociais ou outras plataformas digitais.

A proposta cobre crimes políticos, crimes conexos a crimes políticos e infrações eleitorais. De acordo com o texto, crimes conexos são definidos como quaisquer delitos relacionados a crimes políticos ou motivados por razões políticas.

Próximos passos

O projeto ainda não tem data para votação. A votação do mérito depende da aprovação do regime de urgência, o que permitiria ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), pautá-lo diretamente no plenário a qualquer momento, sem a necessidade de análise prévia pelas comissões permanentes da Casa.

      Por: Inova News      

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